Ad Astra (Rumo às estrelas) é um filme sobre a solidão. A cósmica solidão humana. O personagem principal (interpretado por um compenetrado Brad Pitt) é convocado a procurar o pai, que há mais de duas décadas saíra numa missão encarregada de descobrir vida fora da Terra. Pensava-se que ele tivesse morrido, mas havia indícios de que isso não ocorrera, e o filho termina incumbido de apurar a verdade.
O filme associa dois valores estruturantes do nosso equilíbrio psicológico: a figura do pai e a visão de um
além (representada pela perspectiva de existir vida fora da Terra). A ausência de um deles (ou de ambos, como acontece ao protagonista) costuma intensificar o sentimento de solidão. O personagem se depara com um pai “perdido” e preso à culpa de ter malogrado em sua tentativa de encontrar extraterrestres.
Mas a mensagem do filme é positiva: se estamos sós, devemos procurar a salvação em nós mesmos. Não existe alternativa senão a compreensão e o amor. Essa verdade constitui um apelo ao entendimento e à compreensão, numa época em que parece vez maior a hostilização entre os povos. Ou nos entendemos, ou retornamos à barbárie exemplificada nos símios que invadem a nave onde estão Pitt e seus colegas. Aqueles macacos constituem uma grotesca alegoria do que poderemos ser no futuro. Está dado o aviso!