O homem e a imortalidade

Cientistas estão desenvolvendo pesquisas para nos tornar imortais. Não sei se a imortalidade seria boa para nós. O fim é que dá sentido ao começo, e sem a morte não há como entender a vida. Aspiramos à eternidade como uma fantasia que se contrapõe ao nosso desamparo e às nossas inquietações; vivenciá-la fora do plano imaginativo nos faria perder o medo de morrer. Sem esse medo não mais teríamos por que rezar, filosofar ou produzir obras de arte (não tem sentido alguns quererem ficar na memória dos homens se ninguém vai perecer). Além de uma aberração biológica, a imortalidade nos traria um grande prejuízo existencial. No dia em que ela nos tornasse imunes ao fim, eu não quereria estar vivo.

Publicado por Chico Viana

Chico Viana (Francisco José Gomes Correia) é professor aposentado da UFPB e doutor em Teoria da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua tese, publicada com o título de O evangelho da podridão; culpa e melancolia em Augusto dos Anjos, aborda a obra do paraibano com o apoio da psicanálise. Orientou cerca de 37 trabalhos acadêmicos, entre iniciação científica, mestrado e doutorado, e foi por dez anos pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Desde muito jovem começou a escrever nos jornais de João Pessoa, havendo mantido coluna semanal em A União e O Norte. Publicou cinco livros de crônicas.

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