A internet potencializou a fofoca. A fofoca não é novidade, claro; sempre houve pessoas que precisam depreciar os outros para se sentir melhores. Mas antes a vida alheia era objeto de comentários discretos. Havia certo pudor do fuxico. Hoje a maledicência é propaganda sem limites nas redes sociais. E a coisa piora devido ao distanciamento propiciado pelo universo virtual. Na conversa frente a frente é mais difícil deixar de lado o escrúpulo, pois o interlocutor está diante de nós. Mas isso não ocorre quando o outro é uma presença remota, e falta o olho no olho.
Internet e fofoca

Publicado por Chico Viana
Chico Viana (Francisco José Gomes Correia) é professor aposentado da UFPB e doutor em Teoria da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em sua tese, publicada com o título de O evangelho da podridão; culpa e melancolia em Augusto dos Anjos, aborda a obra do paraibano com o apoio da psicanálise. Orientou cerca de 37 trabalhos acadêmicos, entre iniciação científica, mestrado e doutorado, e foi por dez anos pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Desde muito jovem começou a escrever nos jornais de João Pessoa, havendo mantido coluna semanal em A União e O Norte. Publicou cinco livros de crônicas. Ver mais posts