Arquivos mensais:julho 2020
Divagando sobre o tempo
O tempo é um dos maiores enigmas humanos. Muitos já tentaram decifrá-lo, mas, ou não tiveram suficientemente tempo para isso, ou desistiram pela complexidade do tema. A hipótese mais viável é a segunda, pois quem se dispõe a meditar sobre a passagem do tempo não está ocupado com outras coisas e pode se dedicar comContinuar lendo “Divagando sobre o tempo”
Dali e d’Além
Com o nome de Salvador, ele se queria Deus. Então um milagre obrou (para espanto dos ateus). Quando seu corpo exumaram, deu-se o fato surreal, que os que por lá estavam dizem não ter visto igual: em meio ao corpo que some (vejam bem se isso pode!), a terra, que tudo come, não lhe alterouContinuar lendo “Dali e d’Além”
Vibração de cores
Uma das funções da arte é reinventar a Natureza. É infundir-lhe alma, tornando-a uma representação dos conflitos humanos. Em poucos artistas se vê isso com tanta eloquência como em Van Gogh. É surpreendente a energia com que o pintor representa flores, objetos, figuras humanas. Ele procura captar não a aparência reconhecível, mas a dimensão profundaContinuar lendo “Vibração de cores”
Um banquinho, um violão
Sussurrando, ele fez a nossa música reverberar além dos limites do País. Levou o samba a “perder o rebolado”, mas o intensificou da cintura para cima, refinando-o em acordes que pareciam falar mais ao cérebro do que ao coração. Suas interpretações contidas, milimétricas, nos seduziam pela exatidão melódica e pelo aparente descompasso com que associavaContinuar lendo “Um banquinho, um violão”
Paisagem de quarentena
A vegetação engole a tela do outdoor. Não há o que anunciar. Mas no céu as aves (tão livres!) parecem nos dizer que um dia esse tempo acaba (se não forem urubus antevendo um novo latifúndio de cruzes!).