SONETO ESMERALDINO
Quarenta anos caminhando juntos
no sempre renovado desafio
de arrostar a dureza deste mundo,
tornando-o menos áspero e sombrio.
Não foram poucas as intermitências
do coração, ou mesmo da vontade,
mas tudo isso deu-nos a ciência
de quanto é forte o selo da amizade.
Se pelo outro um já não suspira
nem incendeia de paixão a lira
no assomo juvenil, descontrolado,
hoje me basta a plácida certeza
de que comigo vais sentar à mesa,
de me acordar sabendo-te ao meu lado.
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Hoje comemoramos nossas Bodas de Esmeralda (40 anos de casados). Fiz uma breve pesquisa sobre essa pedra preciosa.
Aprendi, por exemplo, que ela “possui um grande poder de cura e de reconstrução”. Além disso, “ajuda no rejuvenescimento”. Reconstrução e rejuvenescimento! Pelo visto, bons eflúvios vão garantir a nossa marcha rumo ao 41° ano (e a outros que se deverão seguir).
Tanto mais que, à energia emanada dessa pedra, acrescenta-se um detalhe que me é particularmente caro aos olhos e ao coração: a identidade entre a cor da esmeralda e a cor dos olhos dela. Como não vislumbrar em tal simetria uma esperança de continuidade? Que assim seja!