Advogados

Cinco razões pelas quais eu gostaria de ser um advogado. Eles – não precisam buscar popularidade, já que são líderes em audiência. – têm mais do que as outras pessoas espírito cristão, pois lutam para que se perdoe o réu independentemente de ele ter ou não culpa. – dificilmente se apertam, devido à habilidade queContinuar lendo “Advogados”

Em Finados

O luto é o único sentimento que não admite reciprocidade. A saudade dos mortos é via de mão única. Isso não quer dizer haja neles indiferença, de modo que o tal “desdém dos defuntos” (de que fala Machado de Assis) não passa de imagem. Uma imagem que de alguma forma constitui um consolo, pois pressupõeContinuar lendo “Em Finados”

Pontuar

Luis Fernando Veríssimo escreveu numa crônica que nunca tinha usado  o ponto e vírgula por não entender bem para que ele servia. A observação do escritor gaúcho, que é antes uma blague contra os gramáticos e puristas, sugere-nos algumas reflexões sobre a arte de pontuar. Ela tem a ver com um dos atributos fundamentais daContinuar lendo “Pontuar”

O homem e a imortalidade

Cientistas estão desenvolvendo pesquisas para nos tornar imortais. Não sei se a imortalidade seria boa para nós. O fim é que dá sentido ao começo, e sem a morte não há como entender a vida. Aspiramos à eternidade como uma fantasia que se contrapõe ao nosso desamparo e às nossas inquietações; vivenciá-la fora do planoContinuar lendo “O homem e a imortalidade”

Pinker e o estilo clássico

“Guia de escrita: como conceber um texto com clareza, beleza e precisão” (Editora Contexto) é das melhores coisas que li sobre a arte de redigir. Com base em postulados da neurolinguística, o autor nos apresenta os princípios do chamado “estilo clássico”.   Entre as diretrizes desse estilo está o emprego da ordem direta, a fugaContinuar lendo “Pinker e o estilo clássico”

Arcaísmos

Essa história aconteceu no tempo do ronca. Conta-se que um mancebo sem eira nem beira propendia a namorar uma donzela de truz. Para isso usava toda a sua léria, mas o pai da moça se opunha por achar que ele era um mandrião. Não se ocupava em nada que lhe trouxesse algum tipo de estipêndio.Continuar lendo “Arcaísmos”

Sobre a queixa

Toda queixa é agressão. O queixoso agride invocando a própria infelicidade para provocar culpa nos outros. Ao atribuir aos outros a responsabilidade por seu sofrimento, exime-se de resolvê-lo por si mesmo. Ele cultiva uma espécie de espécie de narcisismo masoquista, que só faz perdurar a aflição. Não se importa de sofrer, contanto que torne visívelContinuar lendo “Sobre a queixa”

A palavra mais longa

A revista Língua Portuguesa (Segmento) fez uma pesquisa para saber qual a maior palavra do português. Quem pensou que ganharia “anticonstitucionalissimamente” se enganou. Essa ficou em segundo lugar, com 29 letras. A campeã foi “pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico”. Ela tem 46 letras e designa “quem caiu doente por aspirar cinzas de um vulcão”.

Escrever e pensar

A gente pensa para escrever ou escreve para pensar? As duas coisas. O propósito de dizer algo faz com que persigamos o que deve ser dito, e isso ativa o fulcro das ideias. Assim, pensamos mais. O esforço tem também a vantagem de nos conduzir a verdades até então inconscientes.