Queixas

Justificar-se e se queixar são duas atitudes perigosas. Muitos as praticam por uma espécie de automatismo, sem perceber o mal que fazem a si e aos outros. O excesso de justificativas supõe um eu carregado de culpa. Quem tem o tempo todo que se explicar vive sob a tirania alheia. Por medo de julgamentos negativos,Continuar lendo “Queixas”

Segundo Millôr, o que fazemos não pode ser apagado. Quando tentamos apagar, cometemos umas rasuras que terminam nos comprometendo mais. A emenda sempre é pior do que o soneto. Assim é a vida… Tudo fica registrado, sobretudo as falhas, os enganos, as mancadas que por inexperiência ou imperícia vimos a cometer. Mas esse aforismo tambémContinuar lendo

Notas sobre a pandemia (25)

Como o Brasil é o país do futuro, parece que deixamos para vivenciar amanhã o que outros países já enfrentaram em matéria de pandemia. Enquanto neles a curva de infecção decresce, entre nós ela só faz subir. É com uma ponta de inveja que vejo as pessoas invadirem as ruas na Itália e na França.Continuar lendo “Notas sobre a pandemia (25)”

Notas sobre a pandemia (24)

O Brasil mais parece um hospital de campanha no qual faltam respiradores para uma paciente chamada democracia. Entravado, o governo prefere o palanque ao arranque. A estagnação só não chega ao número de mortos, que cresce sem parar. Enquanto isso, assistimos a tudo presos em casa. Não acho que vamos cair numa ditadura, pois oContinuar lendo “Notas sobre a pandemia (24)”

Notas sobre a pandemia (23)

Houve quem “parabenizasse a natureza” pelo aparecimento do coronavírus, e nada é mais inoportuno (para não dizer desumano) do que uma atitude como essa. Tanto por demonstrar insensibilidade com as mortes que a covid-19 vem causando (já basta a indiferença de quem hoje nos governa), quanto pela falácia do argumento apresentado. A atual pandemia nãoContinuar lendo “Notas sobre a pandemia (23)”

Notas sobre a pandemia (22)

“Morrer só se torna alarmante quando as mortes se multiplicam, uma guerra, uma epidemia, por exemplo, Isto é, quando saem da rotina”. Deparo-me com essa passagem em “As intermitências da morte”, de José Saramago, que comecei a ler. Pelo critério do narrador, morrer se tornou alarmante para nós, brasileiros, pois no País as mortes vêmContinuar lendo “Notas sobre a pandemia (22)”

Notas sobre a pandemia (21)

O que é mais difícil suportar? A ameaça do coronavírus ou o quiproquó político que se gerou em torno da opção de ficar ou não em casa? Parece fora de dúvida que o isolamento é o melhor caminho para, num tempo breve, debelar-se a ameaça da Covid-19. Esse ponto de vista é defendido por quemContinuar lendo “Notas sobre a pandemia (21)”

Sem caminho

Num dos seus poemas, Manuel Bandeira fala dos suicidas que se matam sem explicação. Esses são os que mais impressionam.  Esconder o motivo pelo qual se chega ao “gesto extremo” aumenta-lhe o enigma e a dramaticidade. Talvez seja a atitude mais coerente, pois não há por que justificar um ato que se explica por si mesmo.Continuar lendo “Sem caminho”