À mulher, no seu dia

Ela é a nossa primeira casa e a matriz que dá os alicerces para a nossa construção afetiva e moral. É a terna namorada e a amante que se abrasa. É a melodia que acalenta o berço e a paciente conselheira que instrui quando nos perdemos nos descaminhos da existência. Íntima dos segredos da natureza,Continuar lendo “À mulher, no seu dia”

Minha conversa com o “Bruxo”

Aproveito a releitura de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”para trocar um dedo de prosa com o seu autor. “Trocar” não é bem o termo, pois só quem falou foi Machado. Nossa conversa, além de instrutiva, serviu-me para matar o tédio do domingo. Espero que tenha para o leitor a mesma serventia:  – O senhor éContinuar lendo “Minha conversa com o “Bruxo””

Carnaval e solidão

“Festa do pecado” – foi com esse tipo de rótulo que o Carnaval, desde cedo, apresentou-se à minha imaginação. Falava-se nele como “festa da carne”, alegria dos baixos instintos, frenesi do demo. Por isso eu sempre o recebi com uma ponta de remorso. Brincar o carnaval era transgredir não sei que piedosas regras, era comprometer-seContinuar lendo “Carnaval e solidão”

Roseando (Pelas veredas de João)

Viver é um risco, e quem recua de medo da vida se arrisca também. Pode morrer dentro de si mesmo, gemer nos amarelões da alma por inanição existencial.                                                       **** No fundo de todo homem está o Demo, espreitando. É muito fácil ser mau. Duro é renunciar à maldade, pois a bondade não faz parteContinuar lendo “Roseando (Pelas veredas de João)”

Hospício Brasil (2)

Livros de Machado de Assis e outros grandes escritores brasileiros correm o risco de ser recolhidos das escolas estaduais de Rondônia. O motivo é que haveria nessas obras “conteúdos inadequados” a crianças e adolescentes. O argumento é vago e confuso. O que seriam esses conteúdos inadequados? Teriam a ver com a ausência de recomendação paraContinuar lendo “Hospício Brasil (2)”

Hospício Brasil

Nada como invocar Machado (sempre ele!) para explicar o Brasil. O país está me lembrando a Itaguaí do conto “O alienista”. Com adaptações, claro (e para pior). Onde na novela se lê doudo (grafia machadiana), leia-se corrupto. Moro seria Simão Bacamarte, que pretendia colocar os doudos da cidade na Casa Verde (um hospício, por sinal,Continuar lendo “Hospício Brasil”

Imunidade

Vivemos o mesmo, tudo é repetição, mas cada um sente isso à sua maneira. O que nos angustia não é o fatalismo do eterno retorno; é ver que o homem parece imune ao que se costuma chamar de conquistas da civilização. Ele é o mesmo animal que, por egoísmo e indiferença, não hesita em destruirContinuar lendo “Imunidade”

Crença e retribuição

Há pessoas que acreditam num Ser Superior para não se sentir inferiores (arrogância). Outras adotam essa crença para realçar sua pequenez (humildade). O problema não é se Deus existe ou não. É saber que efeito sua existência terá em nossas vidas. Infelizmente poucos retribuem o conforto de acreditar nele com um comportamento moralmente digno. VãoContinuar lendo “Crença e retribuição”

Dicas de estilo (sem estilo)

Ou “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” 1 – Interjeições excessivas? Evite-as!!!! 2 – Não abuse de metáforas futebolísticas. Esse tipo de tabelinha com a linguagem do futebol nem sempre satisfaz a galera. O leitor pode se sentir driblado e dar cartão vermelho para o escritor, mandando-o antes doContinuar lendo “Dicas de estilo (sem estilo)”